Na maratona de domingo, em Porto Alegre, nosso grupo de 40 atletas ( Clube de
Corrida Vitta), que “corre para se divertir”,exalava uma única energia: a do
desafio pessoal. Alguns estreando nos 5 km com frio na barriga outros, buscando
os 42 km e, a maioria, querendo reduzir o seu tempo, competindo consigo
mesmo. Houve quem foi para APOIAR. Acontece que esse apoio significou
acordar antes das 6 horas da manhã, pegar uma bicicleta e acompanhar os colegas
maratonistas levando bananas, gel, palavras de motivação e presença constante
ao longo do percurso. Não era apoio moral do tipo “vai que eu estou torcendo”,
era presença.
Nosso grupo de corrida é bem assim: a gente gosta de vibrar pelo desafio
pessoal do outro. Além disso, se acorda cedo para tirar uma foto com toda a
equipe, mesmo tendo que correr apenas às 11 horas da manhã.
Fico pensando no apoio. No dicionário a palavra significa auxílio, proteção,
esteio. É isso mesmo, proteção. Quando a gente se sente protegido, se vai longe
e cresce. Nossos objetivos pessoais são mais facilmente atingidos quando temos
proteção. Isso quer dizer, “vai correndo que eu estou por aqui, ao lado”. Assim
é o papel das lideranças e dos pais. Apoiar uma equipe, um funcionário para que
atinja a sua meta é cuidar, nutrir, oferecer o que ele precisa na hora certa.
Assim é com os filhos também. É até possível acreditar que correr 42 km é coisa
de maluco, que acordar às 5 da manhã, no frio, é para quem se odeia, mas
somente quem respeita os desafios pessoais dos outros é que está disponível
para apoiar essas “maluquices”.
Lá no VITTA, o nosso técnico Mauro Paranhos preserva uma coisa fundamental para se manter um a equipe dos 20 aos 60 anos: respeito pelas diferenças de objetivos e estímulo ao apoio. Lá quem apoia é tão vencedor quanto quem corre. Cada um com o seu papel e dentro de um ritmo que tem nos levado longe.