Traduzindo e resumindo muito, mas muito mesmo, na prática o
pensamento do crítico literário e pensador político Fredric Jameson,
palestrante do Fronteiras do Pensamento, sobre a temporalidade: Antes de dizer
“no meu tempo era assim ou assado” pense que não tem mais tempo, tem presente e
local para acontecer . Antes de falar que no futuro o mundo será melhor , crie
no presente essa condição.
A pós-modernidade é também entender que um feito solitário
não se constitui mais como um valor intrínseco. Vale hoje tudo o que cada
um pode contribuir sem intenção de ser dono, mas apenas um aglutinador. No
comportamento humano, a temporalidade nos dá uma maior relação com o espaço,
que se amplia. A gente não precisa mais escrever uma carta ou pegar um
avião para estar em qualquer lugar do mundo nesse instante.
O individual perdeu o sentido. Nessa sociedade a gente vive
em rede e a grande contradição é que o outro, antes um vizinho ou amigo
parceiro, é visto como uma ameaça constante. Pode ser um país,um concorrente,
um colega de trabalho, um chefe. Sentir-se ameaçado é um aspecto desse estágio
do capitalismo pós-moderno.