13.12.10

Final de Ano - Bomba Relógio 1


Ontem em Riveira eu vi um cara que por pouco não explodiu, mas que foi retirado de dentro da loja pelo segurança. Ele se irritou muito porque a fila para pegar o pacote era enorme, se enfureceu porque as atendentes eram paradas, chamou o mundo inteiro de incompetente e bateu com a mão no balcão algumas vezes. Ficou vermelho, roxo e um pouco preto. A raiva tem cores incríveis. Aí eu imaginei esse moço há uns 30 anos atrás sapateando no supermercado porque queria comprar algo.Mamãe, tapada de vergonha e de saco cheio, acabava comprando.
Quando a gente perde o controle do corpo, quando a boca abre prá falar porcaria, os olhos não enxergam nada ao redor e os ouvidos desaparecem da cabeça, você pode ter certeza: ali existe um animal que precisa ser enjaulado. Nessa época de final de ano eu colocaria nos aeroportos caixinhas para embarcar humanos. Seriam maiores, com mais conforto, forradas, fofinhas, mas o vivente  viajaria com os animais.
Um outro equipamento que poderia ser desenvolvido para "adultos" é cadeirinha de restaurante. Já viram a pressa de alguns em bifê à quilo? Sem comer há alguns meses, correndo no calor e entram naquele ambiente climatizado.Falam no celular,segurando a bolsa, o prato,a colher. Para esses que acreditam de verdade que o dia tem 12 horas a menos o ideal é a cadeirinha.
Uma idéia que ainda não tive é para os estúpidos de elevador.Dia desses eu fui atropelada por uma mulher que se meteu na frente de todos para entrar antes.
Incrível, nesses tempos de dezembro todo mundo quer alguma coisa antes dos outros. Acho que isso só não vale para a morte.Tem gente até que acredita que vai morrer depois. Depois de quem ,hein? 

18.11.10

VÍTIMA

A vítima pertence a um triangulo de relacionamentos. Os personagens que contracenam com ela são o perseguidor e o salvador. Quando a gente é vítima alguém vai nos salvar: "Um dia alguém verá todo o meu esforço"! Ou alguém está nos perseguindo:"Não adianta, sempre tem alguém no meu pé"! A vítima é aquela pessoa que nunca está satisfeita com nada e que as oportunidades sempre estão disponíveis aos outros. As vítimas podem ser identificadas facilmente através de algumas expressões típicas: "Eu tentei, mas não consegui que ele me entendesse"! " Não adianta se esforçar, eles sempre escolhem quem é mais conhecido"! "Quando a minha vida estiver melhor, serei reconhecida"! " Você não se dá conta de tudo o que eu faço por você"? "Eu abro mão de muitas coisas por vocês e espero um mínimo de retorno"! " Se eu conseguisse emagrecer tudo seria diferente"! "A minha família é toda complicada, eu não tenho como mudar isso"! " O que te custa me esperar, eu sempre te espero"! A VÍTIMA é paralisada, trancada, presa em inseguranças e preconceitos. Não serve para nada, atrapalha, obstrui o desenvolvimento do mundo. MATEM AS VÍTIMAS, POR FAVOR!!!!!!

16.11.10

Ai que culpa!!!

Bem, se fosse possível abrir a mochila que carregamos todos os dias poderíamos ver a culpa ocupando todo o fundo e as bolsinhas do lado de fora. Culpa por comer demais, culpa por dizer, por não dizer, por acordar, por dormir, por parar, por correr, por gostar, por detestar, por dar atenção em demasia, por não dar atenção, por ser alta, por ser baixa,por comer um doce, por estudar à noite,por não querer transar, por não estudar, por trabalhar, por não trabalhar, por ter pouco tempo com os filhos, por não ter filhos, por ser dona de seu nariz, por não ter autonomia, por se chamar Maria, por se chamar Cristina, por ser mulher, por não assumir o medo de ficar sozinha, culpa por não ter culpa, culpa por ter nascido, por ainda tentar ser alguém, por gostar de ganhar dinheiro, por não gostar de trabalhar, por ficar em casa, por estar na rua, por viajar sozinha, por sonhar em ser uma mulher sem culpa! A culpa é prima irmã do medo. É encolhida, não se expande, não tem saída, é interminável.

11.11.10

O cliente faz sentido


Não é um ambulante vendendo óculos. É apenas o garçom do restaurante BARBACOA no Shopping Morumbi, em São Paulo, nos oferecendo ajuda quando a minha amiga Silvia Zucherelli comentou que não conseguiria olhar o cardápio pois tinha esquecido seus óculos no escritório. Bem, ali naquela caixinha tinham modelos com todos os graus possíveis.Insuperável! 


1.11.10

Porto Alegre é demais?



Filme muito bom, lugar muito interessante, serviço: péssimo e negligente.

VINCERE é um desses filmes que impactam e que não permitem nem mesmo a nosso respiração durante todo o tempo de exibição. Do diretor Marco Bellocchio, conta a história de IDA DALSER, mulher de Benito Mussolino, banida da sua biografia. A trajetória da mulher lutando para ser reconhecida como esposa e mãe de um filho com o ditador italiano é emocionante.
Me atraiu a idéia de conhecer o Instituto NT de Cinema e Cultura onde o filme está passando. Uma iniciativa da TGD Filmes, o NT fica numa casa lindíssima na Marques do Pombal, nº 1111, tombada pelo patrimônio histórico. Pensei ao chegar: Que lugar! Um gasebo, um bar no jardim e indicação de uma amiga para pedir um clericot. Eram 19 horas, uma sexta-feira! Porto Alegre não é mais a mesma! Coisa boa! Fiquei de boca aberta, encantada! 
Durou pouco: "O clericot acabou porque ontem, quinta-feira, tivemos um evento e não tem mais frutas. Recebemos frutas somente na segunda", disse a simpática garçonete! O que é que eu tenho a ver com esse fornecedor incompetente?! Bem, troquei por um espumante, que estava ótimo.
A sala de exibição é exemplar, com uma lareira linda, cadeiras muito confortáveis ( poderiam ser mais baixas). Terminado o filme, não havia ninguém para acender a luz. Saímos no escuro, tateando, depois de ver passar todos os créditos. No gasebo, uma cena patética: os funcionários ( a caixa, a garçonete, o recepcionista) tomando umas "cevas" ao redor da mesa. Alguém tinha que ter ido acender a luz, eu acho. Atendimento péssimo, sem comando. Como é difícil alguma coisa que não seja galeteria e churrascaria dar certo na província,né?!

Confira o trailer do filme e a programação do Instituto NT no blog http://institutont.blogspot.com/

27.8.10

ESTEIRA 3

                       Se eu não tivesse inventado esse negócio de correr na esteira sem pensar em nada, apenas observando o mundo ao redor, eu não teria visto a mulher roubando flores e depredando o jardim da casa da frente.Também não teria me surpreendido com aquela Mercedes novinha em folha saindo da casa ao lado, que me parecia abandonada. Acabei refletindo sobre o abuso do ser humano perante a natureza e o quanto as aparências valem ouro.O exercício da PRESENÇA NO MUNDO. Por isso é que dizem que a ignorância é amiga da felicidade. Melhor não ver, não saber. Melhor imaginar o futuro, lembrar o passado, do que viver no presente. Mas é no presente que a vida vai vivendo.  Humm...

ESTEIRA 2

               A casa da frente está mal cuidada. As paredes descascadas, o limo cobrindo as janelas. Uma imagem ruim da nossa rua. Olhando-a de cima, da esteira, exercito a PRESENÇA e vejo que o telhado está podre. Nesse instante, abre-se a porta da garage. Curiosa, fico esperando para ver o vizinho. Uma Mercedes tinindo aparece. Oo senhor bem vestido desce do carro para fechar o portão empenado.Penso: o brasileiro não cuida do seu patrimônio; aparência é tudo nessa vida. A casa caindo aos pedaços, mas o carro...

ESTEIRA 1

                Corria na esteira exercitando a PRESENÇA, quer dizer, vivendo o momento, sem pensar no ontem ou no amanhã. Concentrei-me em três flores lindas na calçada do vizinho, eram copos de leite. Olhava-os, fixamente, quando uma mulher que passeava com seu cachorro arrancou a primeira, a segunda e deixou a terceira intacta. Gritei: "Cara de pau!"  Ela mirou para o alto, não identificando de onde vinha aquela voz. Segui correndo, vendo duas flores. O ser humano se acha o tal. Leva o que pode, mas a natureza já está dando o troco. Gritei: "Vai comprar"! Ela olhou para o alto.
Seria a voz de Deus?

19.8.10

PESQUISA DE CLIMA :QUAL A RESPOSTA CERTA?

Coisas de empresa:
Me contaram mais uma. A empresa fez a tal de pesquisa de clima. No ítem "relacionamento com o chefe" houve quem deixou a desejar. Alguns líderes, cuja avaliação não foi boa, ficaram indignados e foram pedir explicação da equipe. A idéia sempre é saber "quem" não está satisfeito. É evidente que ninguém se manifestou, diante da pressão. Bem, a área de RH argumentou que a empresa (?) não estava preparada para responder uma pesquisa dessa natureza. Mas e porque fizeram então? Acontece que muitas empresas trabalham por coleção: o que está na moda no momento. Pesquisar o clima é pré-requisito para a obtenção de alguns prêmios e certificações. Sendo assim, preocupam-se mais com o clima do que com o meio ambiente organizacional. Quando se olha para o ambiente,os indicadores são obtidos através do diálogo, conversas curtas do líder com seus funcionários/colaboradores/associados ou como queiram chamar. Nesse caso mede-se o impacto do líder sobre a equipe, mede-se a sustentabilidade da equipe,suas fragilidades e forças, sua relação com o ambiente, os prazos vencidos do estilo de gestão. Bem, isso evite, no mínimo,que o pessoal acabe marcando a "resposta certa", prá não se incomodar. E tudo vira em pizza!

17.8.10

Regresso inevitável

Dia dos Pais/2008, aos 90 anos, com direito a espumante
Passei por um mau bocado essa semana:"Retirar" o meu pai de sua casa para colocá-lo no "residencial", um nome brando para os antigos asilos. Com muita dificuldade para se achar, aos 92 anos, tive a certeza de vê-lo como um bebê. Apoiado com a mão no meu ombro emquanto eu vestia as suas calças, parado quietinho enquanto eu abotoava a sua camisa, penteava o seu cabelo e, pela mão,convencia-o a deixar a sua casa junto com os meus irmãos. "Não quero ir", "não preciso" essas foram algumas dass frases que eu também escutei há 27 anos atrás quando deixei a minha filha na "escolinha", termo brando para as antigas creches.Tudo é envolto em brandura quando se trata de algo que envolve desapego. Mesmo sabendo que o local é melhor, que todas as enfermeiras no residencial  ou professoras na escolinha têm um carinho enorme para atender, que estudaram para isso, não é possível acreditar que em casa, eles (minha filha pequena e agora o meu velho pai) não estariam melhor. Passar uma tarde na frente da TV, enquanto eu trabalhava, não seria a melhor opção. A culpa nos leva a acreditar que eles estão muito melhor conosco, o que muitas vezes é verdade e, em outras, não.
Nascemos eb morremos dependendo do cuidado e do carinho do outro. Por que não fizemos isso durante a vida toda, então? Uns para os outros, constantemente."
Fica aqui a reflexão.

8.7.10

Para refletir

“… no âmbito da evolução da humanidade, o que deve nascer em determinada época amadurece lentamente na época anterior. O que pode começar a desenvolver-se desde já em seus primórdios é a descoberta do laço que une os dois lados no coração do homem - a cultura material e a vida no mundo espiritual. Para isso é necessário que, de um lado, sejam compreendidos os resultados da visão espiritual e, de outro, sejam reconhecidas, nas observações e experiências do mundo material, as manifestações do espírito. A próxima etapa do desenvolvimento da humanidade promoverá o pleno desenvolvimento da harmonia entre esses dois impulsos“.
(Rudolf Steiner – Filósofo, Educador e Cientista – 1861-1925)

Pensar e Agir

“Nosso maior medo não é o de não sermos inadequados, nosso maior medo é o de sermos poderosos além da medida. É nossa luz e não nossa escuridão o que mais nos apavora. Perguntamos a nós mesmos: Quem sou eu para ser brilhante, esplêndido, talentoso e fabuloso? Na verdade, por que você não seria? Você é um filho de Deus, bancar o pequeno não serve ao mundo. Nada nos esclarece no sentido de nos diminuirmos, para que outras pessoas não se sintam inseguras em torno de nós. Nascemos para tornar manifesta a glória de Deus que está dentro de nós. Ela não está em alguns de nós; está em todos nós. E quando deixamos essa  nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo. Quando nos libertamos de nosso próprio medo, nossa presença automaticamente liberta outros”.


Nelson Mandela (ex-Presidente da Africa do Sul, em seu discurso de posse citando a líder espiritual americana Mary Anne Williamson)

Benvindos

Chega um determinado momento de nossa carreira que começamos a fazer reflexões a partir da experiência que tivemos em anos de trabalho. Aí vem aquela sensação de que o dever ainda não está cumprido e que novos horizontes podem ampliar a nossa possibilidade de contribuir mais e melhor para o desenvolvimento das pessoas e do mundo. “Zerar o taxímetro” tendo como conteúdo o conhecimento das estradas e trilhas percorridas, do mundo descoberto, dos inúmeros trabalhos realizados, das centenas de pessoas e empresas que se apresentaram durante esses anos para crescer e mudar é, no mínimo, uma vantagem e, no máximo, um privilégio da maturidade. Esse momento que agora chega está associado à minha percepção sobre os dilemas, angústias, alegrias, frustrações e expectativas das centenas de lideranças que tenho acompanhado nas empresas e como alunos nos cursos de Pós-Graduação da ESPM -RS. Qual será o caminho para desenvolver indivíduos em sua plenitude e auxiliá-los a utilizar os seus próprios recursos internos para fazerem a diferença na vida como um todo? Identificada com o Instituto Ecosocial iniciei a Formação de Coaches com base nas práticas da Antroposofia. Aí vieram outras perguntas: Como aprofundar o debate a partir do  indivíduo enquanto um ser humano capaz de ter idéias, participar e desenvolver o mundo?  Como auxiliar as empresas a conectarem o humano, compreendendo as pessoas como seres capazes, independente de hierarquia, cor, posição social, opção religiosa ou sexual? Como auxiliar lideranças e ampliarem o seu autoconhecimento e identificarem novas formas de gestão e de compreensão dos dilemas e das aspirações humanas? Afinal, como Ser Humano? Por acreditar que as respostas dessas indagações é que tornarão as empresas mais produtivas daqui para frente é que constitui a minha nova atividade profissional com a qual dou a todos as boas vindas: fios, linhas e agulhas como ferramentas para tecer a trama de uma sociedade de lideranças genuinamente humanas e responsáveis que cuidem de si, do outro, do trabalho, das empresas, do planeta e da vida como um todo. E é por conta da certeza que essa tal de experiência me trouxe que sou capaz de afirmar que é muito simples possuir bons líderes nas empresas, basta desatar os nós de um cotidiano que nos leva a ter mais do que ser, a falar mais do que ouvir, a usar mais do que preservar, a valorizar o conhecimento de poucos e a desprezar a experiência de muitos. Todos nós podemos romper esses protocolos para obter melhores e sustentáveis resultados. De agora em diante o meu caminho é integralmente constituído pela minha relação com tudo o que acredito e eu os convido, com muito prazer, para trilharmos juntos essa nova estrada.