17.4.11

Quase maio, quase mães.

                                            Nós estamos aqui porque nossos pais nos cuidaram. Eles não tiveram nenhuma visão econômica sobre nós. Nunca perguntaram se valeria a pena investir naquele bebê, qual o retorno que ele daria. Nos cuidaram com todo o incondicional amor.
                                           Quando a economia virou ciência retirou o olhar humano dos negócios e as pessoas deixaram de ter valor, de serem cuidadas. Parece-me que no mundo das empresas as pessoas deixaram de ser humanas e cuidá-las, nutrí-las  e orientá-las não  foram fatores que pudessem influenciar nos resultados.
                                        Nós pais do mundo econômico cuidamos para que nossos filhos tenham escola, comida, transporte, roupas e conforto. Cuidamos para que tenham tudo, de preferência do bom e do melhor. Nos preocupamos que sejam honestos, mas que consigam ganhar dinheiro, passar no vestibular e ter uma profissão decente. Nesse contexto econômico quando dizemos "eu sou uma boa mãe" pode ser uma visão separatista. Mães aqui, filhos lá. Que complicado. É como se ao dizer isso eu já estivesse cobrando do filho que seja bom ou me culpando e vitimando caso isso não aconteça a partir da minha expectativa. Acredito que a nossa generosidade materna está em olhar o filho como ele é, independente das suas escolhas, e não como ele pensa que é a partir de nós, das nossas exigências e sonhos. Quando a gente diz para o filho: "Eu estou sendo paciente contigo", isso pode ser grave, pois nesse momento a paciência já se foi. Praticar a verdadeira paciência é entender o filho no mundo dele, sem machucá-lo, permitindo que ele se expresse e se construa. Não é deixar prá lá, não colocar limites. Ao contrário é colocar-se no lugar dele, empaticamente, aceitando-o, cuidando para que a sua essência brote e se fortifique. Para que isso seja permitido  é preciso entender, também, que a felicidade é algo instável, vem e vai. Nosso olhar generoso sobre o filho precisa se despoluir da raiva, do ciúme, da irritação gerada pela nossa frustração. Na busca da felicidade permanente a gente pode ficar muito braba porque não consegue ser sempre feliz e  ,consequentemente, proporconar felicidade permanente para o filho.
                             Tenho observado, no meu trabalho como coach, a incrível influência que nós  mães temos  no desenvolvimento da maturidade dos nossos filhos. Atualmente, os homens precisam receber ordens de mulheres nas empresas ou liderá-las, não importa, mas  a ingerência materna sobre as atitudes e modos de se relacionar desses chefes ou subordinados é impressionante. Aqueles que respeitam as mulheres, qualificando-as, vendo-as como verdadeiras parceiras são homens que, em princípio, foram filhos não infantilizados, respeitados e que referem-se as suas mães como pessoas que os auxiliaram a desenvolver o seu lado afetivo, cooperativo. Esses líderes conseguem aceitar a chefia feminina com muito respeito e, por outro lado, são chefes conectados com o femino de forma saudável e qualificada. Nós estamos auxiliando na formação de filhos que se tornarão profissionais e o afeto será fundamental na nossa sociedade que precisará saber cuidar e se expressar. Nós mães, mais uma vez, precisamos dessa reflexão: que mundo nós iremos reproduzir?

16.4.11

Aceita o elogio, aceita, vai!

"Ai como esse teu vestido é lindo!" Resposta baixo astral:
 "Chiiiii, é muito velho, comprei numa liquidação da Renner há dois anos!"

"Gente, o teu cabelo tá o máximo"! Resposta desconfiada:
"Não pode ser, olha bem, estou cheia de brancos e não consigo tempo prá pintar!"

"Você está mais magra!" Resposta de quem sabe tudo:
"Não, é o vestido que emagrece, eu continuo imensa, lotada de celulites, não consigo parar de comer chocolate."

"Adorei te ver, você não mudou nada!" Resposta incrédula:
"Menos querida, menos, eu tenho espelho em casa"!

"Te vi malhando ontem, correndo na rua, que legal"! Resposta frustrada:
"Foi sorte, pois não consigo correr mais do que uma vez por mês de tanto trabalho"!
 
"Você está muito bem"!
"Não acredito, você ficou cega, definitivamente!"

                                    E por aí vai. Quando a gente recebe um elogio é bom AGRADECER SIMPLESMENTE e mais nada.
Um obrigada aqui e outro ali vai fazer o nosso mundo mais positivo e as pessoas se sentirão mais estimuladas a elogiar.
Faz sentido,né? OBRIGADA!

DESCULPAS

                             Eu sempre achei que uma pessoa quando pede desculpas merece toda a consideração e pode ser reconhecida como alguém humilde, que se dá conta dos seus erros. Bem, até pode ser isso, sim. Afinal, pedir desculpas não um hábito comum nos nossos dias, infelizmente. Assim, todos aqueles que demonstram estarem arrependidos do que disseram ou fizeram acabam sendo admirados. Percebe-se , então, que é mais relevante a atitude de desculpar-se do que a análise do motivo que levou a esse gesto. A expressão "quem dá esquece, quem apanha não" tem a ver com isso. A gente aceita a desculpa, mas não esquece o fato. Desculpar-se e ser desculpado pode não levar a uma mudança na maneira de agir. Não são palavras mágicas. A gente sabe que o fato poderá se repetir e que mais desculpas serão solicitadas.


                          Acho que o melhor seria não desculpar-se, mas refletir sobre a atitude que magoou ou agrediu o outro. Pensar em controlar-se, mudar o comportamento, rever a situação é o que vale a pena e torna a vida mais madura. Por outro lado, também acho que é possível não desculpar e demonstrar o quanto a atitude do outro nos traz desconforto. Sem mágoa, nem raiva,com carinho.

                        O arrependimento poderá fazer sentido quando se traduz em mudança efetiva de comportamento e não apenas para trazer alívio ao arrependido.